quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

PELA NOSSA SAÚDE



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ALMADA, SEIXAL E SESIMBRA
Cem mil sem médico de família


O encerramento parcial dos Serviços de Atendimento Permanente (SAP) de Almada, o fecho dos SAP de Corroios e Seixal, a incapacidade de resposta do Hospital Garcia de Orta (HGO), assim como o adiamento na construção de um hospital no Seixal, levaram mais de duas centenas de pessoas a manifestarem-se em Almada. Enquanto os manifestantes exigiam do Governo uma melhor política de saúde, o presidente da Câmara do Seixal afirmava que a região "vive uma das piores situações do país", neste serviço. Segundo Alfredo Monteiro, existem cerca de 100 mil habitantes de Almada, Sesimbra e Seixal que não têm médico de família, 50 mil dos quais do seu concelho, o que representa "quase um terço da sua população".
As comissões de utentes dos concelhos do Seixal, Sesimbra e Almada garantem que não é possível adiar mais esta luta "depois de várias diligências junto da administração do HGO e da Administração Regional de Saúde" que não surtiram efeito. O encerramento do SAP de Almada às 20 horas obriga a que todas as urgências, a partir dessa hora, sejam encaminhadas para o HGO, onde, segundo Jorge Fernandes, da Comissão de Utentes de Saúde de Almada, "faltam médicos, enfermeiros e auxiliares administrativos", ficando os doentes "oito a dez horas" à espera de serem atendidos.
Perante a dificuldades de contacto com estes profissionais, Maria Emília Sousa, presidente da Câmara de Almada, ofereceu-se para "ser geradora de uma plataforma de diálogo com o presidente do conselho de administração do HGO e a Delegada de Saúde de Almada". Uma proposta aceite de imediato pelos presentes. A autarca reivindicou ainda a rápida construção do Hospital no Seixal, mas alertou os presentes que não quer "um hospital qualquer". "Precisamos de um hospital com mais valências, que responda às necessidades destes 500 mil habitantes e que seja complementar ao HGO. Quem é que garante que um hospital sem urgência e sem internamento vai resolver o problema das populações", disse, lembrando que as urgências de Almada "estão entupidas".
Recorde-se que a tipologia da futura unidade hospitalar apresentada no ano passado indicava para um hospital essencialmente vocacionado para o ambulatório, sem internamento, com consultas externas diferenciadas e hospitalização de dia. O novo hospital passará, segundo o ministério, a funcionar em complementaridade com o HGO, o Hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, e o Centro Hospitalar de Setúbal.


Continuação na página 8, da Edição de Almada 116, do Jornal da Região

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