quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

TÚNEL DO ROSSIO


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Reabertura cara e tardia
Regresso dos comboios revitaliza comércio da zona

Junto à renovada Estação do Rossio, os turistas detêm-se amiúde para admirar e fotografar os traços neo-manuelinos deste edifício, construído entre 1886 e 1887 e classificado como património industrial. Mas quem tem negócio montado na Baixa olha para o mesmo local e vê outra realidade, bem mais prosaica. "Mesmo que sejam só 20 pessoas em cada mil que passem por aqui, claro que já será bom para a casa", diz um dos funcionários da Beira Gare, restaurante situado mesmo no caminho de entrada e saída da estação, referindo-se ao fluxo de passageiros esperado com a reabertura do Túnel do Rossio, marcada para amanhã.
Depois de mais de três anos a sentir na pele os prejuízos do encerramento do túnel (a 22 de Outubro de 2004), que levou ao desvio de cerca de 70 mil pessoas para outras zonas, nomeadamente para os interfaces de Entrecampos e Sete Rios, na Baixa é altura de se fazerem contas um pouco mais aliviadas de apertos.
Apesar de tudo, um optimismo com algumas reservas. É que "as coisas já não são como antes do fecho e alguns dos antigos clientes, provavelmente, já não voltarão porque, entretanto, criaram hábitos noutros lados". Além disso, "hoje em dia há mais alternativas, sobretudo o Metro, e os passageiros já não são obrigados a passar por aqui". Já para não falar que "anda tudo teso", como se ouve comentar à boca cheia entre os comerciantes da zona.
Mesmo assim, serão mais algumas dezenas de milhares de potenciais consumidores, a somar às cerca de 200 mil pessoas que diariamente cruzam esta área da cidade.
"A reabertura do túnel do Rossio é francamente benéfica para a zona, a todos os níveis", sublinhou ao JR António Amaral, director executivo da Agência Baixa-Chiado. Não só por ser "uma mais-valia para a actividade comercial e cultural da zona", como também por reforçar, ainda mais, a segurança, "que era o maior problema que se punha, à noite, agora já não, felizmente". Ou seja, o fluxo extra de passageiros da Linha de Sintra "ajudará, decerto, a manter o crescimento do actual processo de dinamização da Baixa-Chiado, que hoje em dia tem policiamento, está mais arrumada, está mais limpa e segura".
(...)

Continuação na página 8 do Jornal da Região de Lisboa, 15 de Fevereiro de 2008

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