quarta-feira, 21 de julho de 2010

FALAGUEIRA - Voluntários para ajudar quem precisa

Ver edição completa Co(op)ração cria serviço de apoio domiciliário É numa loja cedida pela Câmara da Amadora (CMA) no bairro social Casal do Silva, na freguesia da Falagueira, que será instalado o Serviço de Apoio Domiciliário (SAD) da Co(op)ração – Cooperativa de Solidariedade Social. Trata-se de uma instituição, criada há dois anos para ajudar a população maior a ter um “envelhecimento activo”, que quer abrir as portas da nova valência com recurso ao apoio das empresas dentro e fora do concelho. As jovens arquitectas, Sílvia Rocio e Mariana Póvoa, vão disponibilizar o seu tempo, de forma gratuita, com o objectivo de desenharem o projecto da loja cedida pela autarquia que irá acolher o SAD da Co(op)ração. Têm um longo percurso pela frente, visto que está tudo por fazer. O espaço ainda está em bruto, nunca foi ocupado. O chão em cimento ainda está por levantar e os tectos por cobrir. Encaixar um vestiário com duche, um átrio, duas casas de banho e gabinetes administrativos em cerca de 100 metros quadrados é a tarefa que as duas jovens têm pela frente. “Queremos transformar a loja num espaço polivalente e com conforto”, explica Sílvia Rocio. Já Mariana Póvoa acrescenta que “o desafio vai ser pensar num espaço com acessibilidades para todos, desde as rampas às casas de banho”. Estas duas jovens, ambas a trabalhar em gabinetes de arquitectura, garantem que todo o tempo livre será para se dedicarem a este projecto. Elas são o primeiro exemplo daquilo que a cooperativa pretende fazer para levar por diante a tarefa de pôr de pé o SAD. “Queremos que este seja um projecto de responsabilidade social. Estamos a tentar obter apoios junto das empresas de materiais de construção. Para já temos um apoio da fundação Galp Energia que através da lei do mecenato irá fornecer o equipamento de escritório”. A carrinha que vai prestar o serviço já foi cedida à instituição. Mas, se já há projecto, transporte e mobiliário, faltam ainda as matérias-primas e a mão-de-obra. “Estamos à procura de mecenas, mas acreditamos que este processo não vai atrasar a obra”, refere Filipe Espinha, responsável pela instituição. Uma obra que está orçada em cerca de 20 mil euros e que Filipe Espinha acredita que será inteiramente financiada através de mecenas. A funcionar ainda este ano Sem avançar datas, Filipe Espinha acredita que o SAD “estará em funcionamento ainda este ano”. Para isso, a Co(op)ração pretende envolver as entidades licenciadoras, como a Segurança Social, durante a fase de obra. “Vamos tentar fazer com que a Segurança Social acompanhe todo o processo para que possamos avançar assim que as obras terminem”, acrescenta o responsável. O SAD terá capacidade, numa primeira fase, para 36 pessoas.Oserviço terá características municipais, pois irá abranger todo o concelho. “Cerca de 80 por cento da população da Amadora necessita de apoio domiciliário, há muita falta de respostas nesta área”, refere Filipe Espinha. O apoio prestado pela instituição será “atípico” porque, para além, da higiene e alimentação, o SAD “vai proporcionar ainda serviços como apoio psicológico, animação cultural, nutrição e acompanhamento a consultas ou leitura de jornais”, acrescenta ainda Filipe Espinha. Voluntários precisam-se Para isso, o responsável conta com a participação de “voluntários, jovens e menos jovens”, cumprindo um dos principais eixos de acção da cooperativa que visa “o envelhecimento activo”, preparando “os adultos a entrarem numa etapa diferente das suas vidas”, através de vários projectos como o Infogerar, que promove cursos de informática para a população maior. A Co(op)ração foi fundada em finais de 2008, estando desde essa altura a desenvolver projectos relacionados com idosos numa loja, situada na Damaia, também cedida pela autarquia. Na loja cedida pela CMA, no bairro social Casal do Silva, Filipe Espinha espera “uma boa integração, queremos que este seja um projecto aberto à comunidade, não queremos que seja desligado desta população”. Fazer tudo “com amor e em que todas as pessoas fazem parte”, é o lema da instituição, que “dois anos depois temos tido bons resultados”, conclui o responsável.

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