quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Crise altera rotina balnear

Ver edição completa Sandes e chapéus-de-sol dominam praias da Linha Há menos estrangeiros nas praias da Linha do que é habitual. As sandes feitas em casa substituem o peixe grelhado das esplanadas e as geleiras fazem parte do ‘kit’ de praia, juntamente com as toalhas e chapéus- de-sol, que, embora incómodos, sempre vão dando para poupar uns euros no aluguer dos toldos. Esta época balnear foi marcada pelos chuvosos, nublados e frios meses de Maio, Junho e Julho, mas também pela situação económica dos banhistas, que na maior parte dos casos “gastaram menos do que é habitual e trouxeram a merenda de casa”, sintetizam os concessionários. Em Setembro, avizinham- se dias de sol e calor, à semelhança do que aconteceu em Agosto. Uma compensação para o mau tempo que se verificou nos meses anteriores, aumentando a esperança dos concessionários de subida na facturação. Nos areais, falou-se mais português e ouviu-se menos espanhol, o que significa um decréscimo na facturação, visto o país vizinho ser um óptimo cliente de Verão em Cascais. No Guincho, o constante vento proveniente de norte foi o principal inimigo dos banhistas, dos concessionários e das bolas de Berlim. Com vento não há banhistas e os espaços abertos não têm clientes. Os bolos ficam no forno e o sr. Armando das Bolas fica à espera de melhores dias que só chegaram em Agosto, depois de, no final de Julho, o Parque Natural ter ardidomais uma vez, logo após a Protecção Civil Municipal ter apresenta do um plano de prevenção contra incêndios florestais. A alternativa ao vento do Guincho costuma ser a praia pequena da Crismina. Familiar e discreta, esta zona balnear também sentiu a recessão económica dos banhistas portugueses. Pedro Soares, responsável pelo Bar Ponta da Galé, contou ao JR que “os meses de Maio, Junho e Julho foram muito ventosos e trouxeram pouca gente à praia. Há anos que tal não acontecia. Normalmente, o vento só chega mais forte em Agosto, mas este ano o mês de Agosto foi o menos ventoso e é o que tem garantido alguma facturação”. O responsável adiantou ainda que “verificam-se muito menos espanhóis do que nos anos anteriores. Costumavam ser 90% da facturação e vinham com famílias inteiras. O que registámos é que têm aparecido mais turistas do Norte da Europa, mas que fazem um turismo de passagem. Visitam o Guincho, Cabo da Roca e Sintra. Aguardamos que Setembro e Outubro tragam sol sem vento”. Na praia da Duquesa, no centro de Cascais, “nota-se claramente a crise”, disse ao JR Solange Crisóstomo. A responsável pela concessão afiança que “Junho foi péssimo.A praia estava vazia. Já cá estou há 30 anos e nunca tinha visto nada assim. Em Julho e Agosto, houve muita gente que ficou por estas bandas. Até pensamos que ficou por cá e não foi de férias para fora. Vimos muitos portugueses e poucos estrangeiros. Alguns traziam comida de casa ou iam aos supermercados ou comiam refeições mais ligeiras nas esplanadas”. “Apesar de tudo, não foi tão mau como esperávamos, mas foi fraco. O prejuízo foi também devido a não podermos usar as gaivotas e termos aberto a época balnear mais tarde (por terem readquirido a concessão apenas no início do mês de Junho), o que originou uma quebra na facturação”, sublinha esta responsável pela Praia da Duquesa. Em Carcavelos, também há muita gente, muitas merendas e muitos chapéus-de-sol. “Esta é uma praia que enche muito, mas não é de gente que gasta muito dinheiro. É mais à base de sandes. Numa época de crise como a que se vive, não nos podemos queixar”, disse ao JR Filomena Jorge, responsável pelo Restaurante Estrela do Mar. “Tem-se notado uma baixa no aluguer dos toldos. Durante a semana, as pessoas trazem os chapéus.Alugamos mais ao fim-de-semana. Penso que as pessoas para não gastarem tanto escolhem as praias urbanas e até trazem as geleiras para a praia para poupar”, conclui Filomena Jorge.

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