sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Seminário de Almada comemora 75 anos

Ver edição completa Painéis de azulejos do final do século XVII vão ser restaurados ao abrigo do projecto de revitalização de Almada Velha O Seminário de S. Paulo, em Almada, guarda um dos mais valiosos espólios de azulejos do concelho, entre eles encontram- se dois painéis do final do século XVII, da autoria do pintor Gabriel del Barco, que vão ser brevemente restaurados. A obra está orçamentada em 2450 euros, sendo metade desta verba subsidiada pela Câmara de Almada ao abrigo do projecto "Revitalização de Almada velha de Novo Centro". Trata-se de painéis que estiveram nos claustros da Sé de Lisboa e foram retirados quando este monumento foi restaurado de acordo com a traça original. Em 1935 vieram revestir a parede exterior da galeria norte do Seminário de Almada. “Os azulejos foram fixados com cimento e não podem ser retirados sem os destruir”, diz o reitor do seminário, padre José Rodrigo Mendes. Esta obra enquadra-se nos trabalhos de conservação do Seminário de S. Paulo, considerado pela autarquia como “património edificado de grande valor e significado para o concelho”, e que está a comemorar o 75.º aniversário.A celebração começou a 20 de Outubro e vai terminar a 25 de Janeiro, dia dedicado ao seu padroeiro, com uma cerimónia em que vão estar presentes várias figuras gradas da igreja. Para além do bispo de Setúbal, D. Gilberto Canavarro dos Reis, o seminário de Almada vai receber o cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, que durante os seus estudos passou precisamente por esta escola. “Guardamos alguns dos seus textos quando tinha 14 anos”, revela o padre José Rodrigo Mendes. À Eucaristia dos 75 anos do seminário vão assistir ainda dois dos seus vice-reitores: o bispo-emérito de Coimbra D. João Alves e o actual bispo de Coimbra, D. Albino Cleto, para além de muitos ex-alunos. “Não será uma cerimónia aberta à comunidade porque não teríamos espaço para receber todas as pessoas que gostariam de vir”, comenta o reitor. Contudo garante que “esta casa está sempre pronta a receber quem nos quiser visitar”. Para além da escola de hipoterapia e um hotel para animais, que funcionam na quinta do seminário, este património “tem sempre as portas abertas entre as 8 horas e as 20 horas. Quem pedir para entrar é sempre bem-vindo”, afirma o responsável por este espaço. “Nenhum outro estabelecimento de ensino está tão aberto à comunidade como nós”, acrescenta. Assim, para além de acolher a população na celebração da véspera de domingo, às 16 horas, no último fim-de-semana de cada mês, pelas 15 horas, é possível visitar o seminário. Entretanto durante toda a semana os alunos da Universidade Sénior de Almada têm aqui aulas. “Não é correcto dizer-se que o seminário não está aberto à população”, diz o reitor. Edifício quinhentista O Seminário de S. Paulo foi inaugurado a 20 de Outubro de 1938, mas tem por origem um edifício mandado construir em 1569 pelo dominicano Frei Francisco Foreiro, da Ordem dos Pregadores. Entretanto com o nascimento das Misericórdias, em 1500, várias figuras ilustres almadenses apoiaram esta ordem, entre elas Manuel Sousa Coutinho, que foi provedor da Santa Casa de Almada, e mais tarde ficou conhecido por Frei Luís de Sousa. Com o terramoto de 1 de Novembro de 1755 a igreja do seminário ruiu vindo a ser recuperada em poucos anos. Depois de passar por várias famílias,em1933 o edifício e a quinta foram adquiridos pelo Padre José Falcão que o ofereceu ao patriarcado de Lisboa. Em 1935 este património foi convertido no Seminário de S. Paulo.

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