quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Carlos Carreiras ‘arruma a casa’

Ver edição completa Edil delega Relações Internacionais e Assuntos Jurídicos em vereador do PS O novo presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, já ‘arrumou a casa’ à sua maneira: conta com um novo vereador do PSD (Nuno Piteira Lopes) para a Gestão Financeira e Patrimonial, convidou um vereador do PS (Alexandre Faria) para as competências das Relações Internacionais e Assuntos Jurídicos e criou novos pelouros, a que chama “horizontais” por contribuírem “para uma melhor ligação entre os vereadores e os serviços municipais”. No fundo, Carlos Carreiras traçou caminhos diferentes do anterior presidente, António Capucho, que suspendeu o mandato “por razões pessoais“, mas para atingir os mesmos fins: “Investimento na Acção Social, que teve um reforço no orçamento, e na Educação, onde tem sido feito um significativo investimento no parque escolar”. Carlos Carreiras, em declarações exclusivas ao JR, disse ainda que, para este ano, pretende “melhorar a rede viária no concelho, com uma requalificação do espaço público e que o município aumente os seus níveis de competitividade”. “Só existimos enquanto bons prestadores de serviços que se destinam aos munícipes e a quem nos visita”, frisou o edil. “Começar com uma orgânica diferente para atingir uma eficácia e exigência maiores”, foi assim que Carlos Carreiras justificou as alterações que efectuou. “Sem querer entrar em questões internas do PS”, Carlos Carreiras explicou que a escolha do vereador socialista Alexandre Faria, que vai ficar com os pelouros das Relações Internacionais (anteriormente do vereador do CDS-PP, João Sande eCastro) e dos Assuntos Jurídicos (antes de António Capucho), teve em conta “os momentos que estamos a viver e em que deve prevalecer mais o que nos une do que o que nos separa”. Carlos Carreiras concentra em si os poderes de presidente e os que detinha antes como vice-presidente, ficando com uma competência reforçada na área do Urbanismo (que era seu no anterior mandato autárquico) e nas Obras Municipais. As Finanças, que estavam sob a tutela de António Capucho, passam agora para o novo vereador Nuno Piteira Lopes, que ainda será responsável pela Gestão Patrimonial, Juntas de Freguesia e Associações de Moradores. “Nuno Piteira Lopes era já director financeiro onde desenvolveu um excelente trabalho. Tem sido de uma competência tal que faz com que seja o que chega a vereador com mais capacidade”. A Polícia Municipal e Fiscalização também sai da esfera do presidente do município e passa para o vereador do CDS-PP João Sande e Castro, que mantém a área do Desporto. Contudo, este autarca perde as Relações Internacionais para o vereador socialista Alexandre Faria. Com menos poderes fica a vereadora Conceição Cordeiro. Até Janeiro era responsável pelos Recursos Humanos e pelouro dos Sistemas de Informação e Comunicação, mas agora passa a estar vocacionada apenas para os Recursos Humanos. Quem sai reforçado é o vereador Miguel Pinto Luz que passa a ser responsável, além das Actividades Económicas e da Juventude, pelo Turismo (do anterior presidente); Comunicação, Relações Públicas e Modernização Administrativa; Agenda XXI e Sistemas de Informação, bem como pelas agências municipais. Na estratégia de distribuição dos pelouros, Carlos Carreiras disse que “a intenção foi distribuir o trabalho por todos e de acordo com as próprias competências técnicas de cada um”. Na Área Social, aparecem novos pelouros (Combate às Toxicodependências; Rede Social e Igualdade de Género), que já estavam incluídos no pelouro da Acção Social da responsabilidade da vereadora indicada pelo CDS-PP, Mariana Ribeiro Ferreira, (também responsável pela Habitação Social). Contudo, a individualização destas áreas não significa que elas tenham uma maior atenção por parte da autarquia, porque “já lhes damos muita atenção“ frisou o presidente da Câmara. Carlos Carreiras justificou a individualização: “O que foi feito foi dar-lhes um peso institucional diferente para ser reconhecido o trabalho que tem sido feito”. Pedro Mendonça (vereador da CDU) e Ana Clara Justino (independente eleita pelo PSD) permanecem com os mesmos pelouros, concretamente, Protecção Civil e Educação/ Cultura. Pelouros horizontais Criatividade Territorial, Inteligência Territorial, Regeneração Urbana, Pacto dos Autarcas, Mobilidade, Voluntariado, Acessibilidade para todos, Cidadania e Democracia Participativa, Empregabilidade e Atracção de Investimento, Motivação e Coesão Organizacional são os novos pelouros “horizontais” para “a Câmara ter mais entrosamento entre os departamentos. A ideia é chamar vários quadros da Câmara que tenham ligação entre os pelouros”, esclareceu Carlos Carreiras. “Estes pelouros estão a ser combinados e vão ser atribuídos a cada um dos vereadores”, sublinhou o edil, que adiantou ao JR as razões que levam à criação destes pelouros. Sobre a Criatividade Territorial, explicou que “hoje há consciência que devemos apostar nos sectores do turismo e cultura para reforçar a competitividade enquanto concelho”. A introdução da Inteligência Territorial é devida “às novas redes em que a própria Europa está a apostar. Por exemplo, o acesso a obter e fornecer informação, ou as redes inteligentes de fornecimento de energia”. A Regeneração Urbana significa “dar funções novas a determinados espaços urbanos”. No Pacto dos Autarcas, o edil de Cascais quer “implementar boas estratégias ao nível energético no concelho”. A Mobilidade visa “no seu todo os transportes públicos, a bilhética, o estacionamento que vai passar a ser da responsabilidade da autarquia e não da Gisparques, não visando o lucro para a Câmara, mas para dar apoio, por exemplo, ao negócio de proximidade”. Carlos Carreiras explica que a Acessibilidade para Todos quer “proporcionar um ambiente urbano mais amigo dos cidadãos, com prioridade para os deficientes motores e visuais”. Na Cidadania e Democracia Participativa, “queremos fomentar a cidadania nos nossos munícipes, na gestão do município e que estejam mais presentes nas decisões do município”. Com a Empregabilidade e Atracção de Investimento, “queremos ter políticas assertivas nesta matéria” e, por seu turno, Motivação e Coesão Organizacional “é um pelouro mais virado para dentro da Câmara e que visa aumentar a nossa prestação de serviço”.

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