quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

TAGUSPARK Autonomia dispara salários

Ver edição completa Câmara garante que aumentos de ordenados já voltaram atrás Os salários de gestores do Taguspark foram “regularizados” após intervenção da nova administração do pólo tecnológico sediado no concelho de Oeiras, na sequência de uma auditoria que revelou aumentos entre “50 a quase 100 %”. Questionado na última reunião da Assembleia Municipal de Oeiras da passada segunda-feira, o vice-presidente da autarquia, Paulo Vistas, respondeu que a Câmara “tinha conhecimento de um conjunto de práticas menos correctas do ponto de vista da gestão, nomeadamente no vencimento de alguns gestores e administradores” e salientou que “os vencimentos estão agora a ser aplicados de acordo com indicações da equipa de auditoria”. “Os salários foram reduzidos aos valores em que estavam antes do incremento apontado pela auditoria”, resumiu aquele responsável, lembrando que a autarquia, “enquanto accionista de referência do Taguspark, manifestou- se contra [aqueles aumentos] e deixou bem vincada a sua posição em sede de assembleia-geral”. No entanto, “a Câmara desconhecia, na altura, que haviam sido incrementados os salários nessas percentagens...”, pois estes são assuntos habitualmente tratados a nível da Comissão de Vencimentos sob proposta da Comissão Executiva. “A Câmara é apenas accionista, embora de referência, e importa perceber que a administração da Taguspark tem autonomia na sua gestão. A Câmara pronuncia-se em assembleia-geral no que toca a decisões estruturantes do ponto de vista estratégico”, justificou Paulo Vistas, adiantando que, em breve, serão tornados públicos os resultados da referida auditoria, cuja “súmula aponta diversas matérias que têm de ser revistas”. Aumentos salariais superiores a 98% autorizados pela ex-administração do Taguspark terão sido referenciados na auditoria ao exercício do Taguspark no biénio 2008/2010, segundo noticiou , no mesmo dia, o matutino “Correio da Manhã”. Segundo aquele jornal, o anterior conselho de administração, liderado por Américo Thomati, Rui Pedro Soares e João Carlos Silva, terá autorizado, no ano passado, aumentos salariais para nove quadros em valor superior a 10%– incluindo um assessor que teve uma subida de 98% no ordenado, passando a receber 5893 euros por mês. O conselho de administração foi dissolvido no início de Maio, apesar de ter mandato até 2011, depois de os accionistas terem decidido por unanimidade afastar aqueles administradores, constituídos arguidos pelo Ministério Público por suspeita de corrupção passiva para acto ilícito. A nova administração, liderada pelo matemático Nuno Crato, foi conhecida em Junho.

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