quarta-feira, 4 de maio de 2011

AMADORA Prédios junto à linha com sinais de risco

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Trepidação provocada pela passagem de comboios está a causar estragos nas habitações Para além do ruído provocado pela passagem dos comboios na linha férrea, a escassos metros dos prédios, os moradores da Praceta Sagres debatem-se agora com o alastrar de várias fissuras nas paredes e tectos das suas casas. Segundo Fernanda Carvalho, “as rachas eram tão grandes que tive que as tapar, estava tudo muito feio”. Residente há cerca de dez anos no número 7 daquela praceta, confessa “receio que o prédio caia”, bastando “um pequeno tremor de terra”. Garante que na cozinha, virada para a linha férrea, na hora da refeição “ouvem-se os copos tilintar”. Desde a quadruplicação da linha de Sintra e do consequente aumento do número de comboios, os moradores da Praceta Sagres não têm tido descanso. Depois de vários anos de queixas, medições de ruído, cartas enviadas à Provedoria de Justiça, Presidência da República, Ministério do Ambiente, entre outras entidades, a REFER procedeu, em Fevereiro de 2006, à colocação de barreiras acústicas junto a habitações, mas o ruído e a trepidação continuam a fazer-se sentir. António Pereira, representante do condomínio do n.º 7, salienta que “as fissuras nas paredes estão cada vez maiores” e garante relação directa com “a passagem dos comboios a grande velocidade a tão poucos metros das casas”. Este morador acrescenta ainda que as próprias composições usadas pela CP “não são muito ecológicas, porque fazem muito ruído”. Mesmo após a colocação das barreiras acústicas os moradores voltaram a pedir, em 2007, medições de ruído à CMA. Estas, revelaram níveis de ruído muito acima do permitido por lei, mesmo com as janelas fechadas, na ordem dos 14 decibéis, quando o valor permitido por lei é de apenas 5. Agora, passados quatro anos sem que tenha sido tomada qualquer medida, António Pereira pediu ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) um parecer sobre a situação. Porém, para ser realizada uma vistoria, o pedido formal terá de ser feito pela Câmara da Amadora. Segundo o vereador responsável pelo pelouro da Protecção Civil, Eduardo Rosa, "por enquanto o pedido ainda não chegou" ao seu gabinete. "Deverá estar a ser analisado pelo Departamento Administração Urbanística da Câmara, que avaliará a situação”, conclui.

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