quarta-feira, 4 de maio de 2011

‘Salvem a Praia do Magoito’

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Abaixo-assinado subscrito por mais de 1100 pessoas exige a reabertura do principal acesso "Salvemos a Praia do Magoito". O apelo foi assumido por mais de 1100 residentes e ‘Amigos do Magoito’ que expressaram, em abaixo-assinado, a sua indignação pela forma como está vedado o acesso à zona balnear. Para permitir a reabertura do principal acesso à Praia do Magoito, vedado desde Outubro de 2010, os ‘Amigos do Magoito’ apelam a uma intervenção de reabilitação da Duna Consolidada, "que se encontra em grave perigo", apesar de se tratar de um geomonumento. A Duna Consolidada "desde há vários anos que se encontra num estado de abandono e degradação, chegando ao ponto de a rampa de acesso se encontrar vedada aos utentes da praia, e população em geral, pois corre um sério risco de derrocada", salientam os ‘Amigos do Magoito’, no texto do abaixo-assinado remetido a entidades da Administração Central, como o Ministério do Ambiente, Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade e Administração da Região Hidrográfica (ARH), assim como órgãos autárquicos: Assembleia Municipal e Câmara de Sintra e Junta de São João das Lampas. No documento, os subscritores exigem que as entidades oficiais "elaborem um projecto de consolidação e de preservação da Duna, permitindo a acessibilidade à praia". Paula Timóteo Pinto, uma das impulsionadoras do movimento ‘Amigos do Magoito’, não esconde que a população "está com muita vontade de retirar" a grade de ferro que, desde o último trimestre de 2010, impede o acesso à praia. A escadaria existente, num outro topo da zona balnear, é um obstáculo difícil de superar para "pessoas que tenham carrinhos de bebé ou dificuldades de mobilidade". "Mas, também no caso de haver um acidente e de alguma ambulância precisar de chegar lá abaixo, não chega", lamenta Paula Pinto. Esta moradora não esconde a sua indignação pelo cenário com que os frequentadores do Magoito são confrontados. "É chocante chegar a uma praia tão bonita, ver uma duna que constitui um geomonumento, e ver uma grade, sem jeito nenhum, que foi colocada ali", lamenta esta ‘Amiga do Magoito’, que levou o assunto à última sessão da Assembleia Municipal (AMS), na passada quinta-feira. Além da vontade de retirar a grade, há quem ignore, pura e simplesmente, aquele obstáculo e o transponha, "junto da duna emesmo da arriba, correndo sérios riscos". Uma situação constatável, aliás, na Sexta-Feira Santa, com a habitual tradição de apanha do mexilhão. Os ‘Amigos do Magoito’ exigem medidas imediatas e comparam esta situação com a ocorrida no Algarve, na Praia Maria Luísa, em Agosto de 2009. "Morreram cinco pessoas, havia uma arriba instável que caiu e, no dia seguinte, a praia continuava acessível aos banhistas e apenas colocaram um cartaz a avisar do perigo da arriba", recorda Paula Pinto. "Porque não fazem o mesmo no Magoito, permitindo o acesso às pessoas, e cada um decidir, em consciência, se desce ou não por uma rampa que tem por cima uma arriba potencialmente perigosa?", questiona. "Não é aceitável fechar caminhos, é preciso arranjar soluções para a estabilização da duna e permitir o acesso à praia", alerta ainda Paula Pinto. Na sessão da AMS, também Isaura Monteiro alertou para as consequências do encerramento do acesso à Praia do Magoito. "As pessoas continuam a passar e, se acontece algum acidente na praia, dificilmente alguém é socorrido com a rapidez necessária". "A nossa praia diz-nos muito: a minha vida é aquela praia", desabafa esta moradora, que lamenta ainda "os acessos péssimos" que caracterizam outras zonas balneares da freguesia como a Aguda e a Vigia. Preocupações que são partilhadas pelo presidente da Junta de Freguesia de São João das Lampas, Guilherme Ponce de Leão, que reitera as críticas à ARH "pela situação caótica no Magoito" e a realidade de que "temos algumas praias e não temos praias nenhumas: Magoito não tem acesso principal, São Julião é uma praia banal do lado de Sintra, Vigia não existe, Samarra não tem acesso e Aguda está fechada". Em relação ao Magoito, Ponce de Leão espera que, a curto prazo, a praia tenha um acesso "seja de helicóptero, através de um porta-aviões, seja de que maneira for" e está preocupado com as condições de socorro naquela zona balnear.

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