quinta-feira, 24 de novembro de 2011

HOSPITAL GARCIA DE ORTA Lista de espera mais equilibrada

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Articulação com centros de saúde facilita consultas A lista de espera para consultas no Hospital Garcia de Orta (HGO) diminuiu este ano em mais de 10 mil utentes, comparativamente com o ano passado. “Um progresso assinalável”, afirma Daniel Ferro, presidente da unidade hospitalar de Almada, que se mostra também satisfeito com a diminuição do tempo de espera por uma consulta. “Neste momento situa-se entre 50 a 60 dias”, um indicador que considera ainda “não óptimo” mas que em termos clínicos “é aceitável”. Para estes indicadores tem contribuído a melhoria na articulação de cuidados de saúde entre HGO e os centros de saúde da sua área de influência, um tema que vai estar em debate amanhã, dia 25 de Novembro, no 1.º Encontro “Hospital – Centros de Saúde: Partilhar para Melhor Cuidar”, que vai decorrer, entre as 8h30 e as 18h00, no auditório do Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, no Monte de Caparica, e deverá contar com a presença do secretário de Estado Adjunto do Ministério da Saúde. Este debate realiza-se precisamente numa altura em que o Governo está a analisar as propostas do grupo técnico para a Reforma Hospitalar que considera, entre várias medidas, a articulação entre as unidades hospitalares e os centros de saúde. Inserido nas comemorações do 20.º aniversário do HGO, este encontro vai abordar temas como a “Vigilância materno-infantil partilhada”, “Colheitas de análises no Centro de Saúde”, “Alternativas à hospitalização convencional”, “Abordagem partilhada do doente geriátrico”, “Informação clínica partilhada” e “Consultadoria de especialidade”. Segundo Daniel Ferro, um dos objectivos estratégicos do HGO "é melhorar a articulação com os centros de saúde”, um trabalho que já acontece em algumas áreas e que deverá estender-se a outras. “Pretendemos dar a conhecer o trabalho que estamos a realizar em conjunto (HGO e centros de saúde) em algumas áreas de excelência e pensar processos para avançarmos noutras áreas”, adianta o presidente do HGO ao Jornal da Região, apontando dois casos que são já experiências a seguir. É o caso da articulação na área materno-infantil que Daniel Ferro considera das “melhores experiências” envolvendo vários grupos de trabalho. Este procedimento conjunto desenvolvido há vários anos permitiu atingir indicadores de “qualidade” e da “melhor cobertura a nível nacional”, destaca. Outra das experiências com bons resultados é trabalho de consultadoria em algumas especialidades. “Os nossos médicos deslocam-se aos centros de saúde e reúnem com os médicos de família para discutir os casos clínicos dos doentes”, explica Daniel Ferro. Estes encontros regulares, para além de “permitirem um melhor acompanhamento dos utentes”, também evitam que estes tenham de se deslocar, várias vezes, entre o hospital e os centros de saúde. Para além da comodidade para o doente também “faz diminuir as listas de espera, porque a situação dos doentes fica resolvida em tempo oportuno”, refere o presidente da unidade hospitalar de Almada. Ou seja, nas especialidades já abrangidas por este método de trabalho, os doentes apenas têm de se deslocar ao HGO em situações indispensáveis, caso de alguns exames clínicos. Outro dos temas relevantes que estará em debate é o trabalho das unidades de cuidados continuados de saúde para a qualidade de vida dos doentes acamados, em situação crónica, que não podem estar em domicílio. Contando com os equipamentos que já existem e com os que estão em construção, “a situação melhorou nestes últimos cinco anos”, refere o director do HGO, que acrescenta também a vantagem destas unidades para libertar camas no hospital. “Quanto menos tempo os doentes permanecerem acamados no hospital, mais pessoas podemos receber”. E com esta partilha “só este ano o HGO já conseguiu resolver a situação de mais de 150 doentes internados”, o que é considerado mais uma medida para diminuir a lista de espera. Humberto Lameiras

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