quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

ALMADA Carnaval sem ponte nem corso

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Colectividades estranham posição da Câmara de Almada Este ano, o Carnaval não tem tolerância de ponto nem corso em Almada. A própria autarquia não sabe ainda como vai lidar com a decisão do Governo de fazer da terça-feira, dia 21, um dia normal de trabalho, mas já decidiu que este ano “não haverá o corso dos adultos”, avança António Matos. Quanto à tolerância de ponto, no início da semana o responsável pelo pelouro da Cultura dizia que “ainda não tomámos uma decisão”. Para a autarquia, a opção de não haver corso está relacionada com a “contenção de verbas”, mas mesmo assim António Matos garante que “não vai faltar animação no centro de Almada”. E parte da festa vai ser feita no domingo, dia 19, com os Homens da Luta. Acompanhados por oito músicos, Neto de megafone e Falâncio de guitarra a entoar “kirikiri” vão trazer “A Cantiga é uma arma” e muito humorismo à Praça S. João Baptista, pelas 15 horas. A folia vai ainda estender- se ao Parque Urbano com várias actividades. Segundo António Matos, a falta de corso dos adultos “não significa o fim do Carnaval em Almada”, sendo apenas “uma situação excepcional” perante a actual situação económica. Por outro lado, argumenta, depois de contactos com várias instituições locais “não nos pareceu existir grande disponibilidade para participarem no corso”. Mas, também há associações que dizem ter ficado surpreendidas por não haver corso. É o caso da "Assim Ser" – Associação Intercultural Brasílica de Portugal – que estava preparada para a dança e folia. “Depois de ouvirmos a Câmara de Almada afirmar que não ia cortar na cultura ficámos admirados por não haver corso”, afirma Cármen Queiroz, presidente desta associação direccionada para a juventude. “Estávamos a contar participar com cerca de 200 pessoas”, diz. Mesmo assim, a "Assim Ser" não vai ficar em casa e promete vir para o centro de Almada com muita percussão e dança. “Mesmo sem o apoio da autarquia vamos fazer Carnaval”, diz a presidente da associação que preferia que a Câmara “investisse no corso em vez de o fazer num espectáculo”. Também a presidente do Beira Mar Atlético Clube, outra associação que adere normalmente ao corso, diz ter ficado “admirada” com a falta de contacto da Câmara para a participação no Carnaval. “Discordo, mas compreendo que têm de ser feitos alguns cortes”, afirma. Agora só espera que o mesmo não aconteça com as Marchas Populares. Diz Gina Caeiro que este tipo de manifestações culturais “atraem” muitas pessoas às colectividades, tanto jovens como idosos, e “muitos vão ficar aborrecidos”. Contudo, tal como o vereador da Cultura, acredita que esta decisão da autarquia não implica “o fim do Carnaval em Almada”, aliás, “pode ser uma forma para rever a atribuição de verbas”, comenta. Na sua opinião, esta paragem pode “ajudar a repensar este investimento e fazer com que as colectividades, no futuro, dêem ainda maior relevo aos grupos que apresentam”. Uma coisa é certa, diz: “O Carnaval em Almada tem de continuar”, mais que não seja, “recuperando a tradição do mascarado”. Onde não vai faltar alegria é nas escolas e instituições de infância do concelho que estão a trabalhar para trazer o Carnaval para a rua. Será na quinta-feira, dia 16, a partir das 14h30, entre a Praça S. João Baptista e a Avenida Rainha Dona Leonor. Humberto Lameiras

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