sexta-feira, 8 de junho de 2012

ÉPOCA BALNEAR Costa receia invasão de turistas


Crise chama visitantes, mas deixa menos receitas

A época balnear arrancou no primeiro dia deste mês e a Costa da Caparica prepara-se para receber milhares de turistas. Provavelmente até mais do que é habitual considerando que a diminuição económica das famílias impõe um corte nos gastos com as férias, e para quem vive na Grande Lisboa o mar e sol mais perto fica nas praias da frente atlântica de Almada. O esperado aumento de veraneantes preocupa o presidente da Junta de Freguesia da Costa da Caparica que ao ver o programa CostaPolis parado, as praias sem reforço de areia e os novos acessos a esta localidade num impasse, receia que se instale o caos. “Temos problemas estruturais graves que há muito deviam ter sido resolvidos”, afirma António Neves que responsabiliza em grande parte quem empatou a continuidade do Programa CostaPolis. Já quanto à segurança nas praias, o autarca afirma que os nadadores-salvadores estão a postos e, em termos ambientais, “o nosso mar é recomendável”. Ao todo três, as associações de nadadores-salvadores protegem os banhistas desde as praias de S. João até à Lagoa de Albufeira. Cinco das praias de S. João estão vigiadas por uma nova associação que derivou da Caparica Mar, enquanto esta vai responsabilizar-se por parte desta zona até à Praia da Bela Vista. A partir daí, e até à Lagoa, estão os nadadores da Associação Âncora. Para além de meios próprios as associações contam ainda com meios cedidos pelo Instituto de Socorros a Náufragos (ISN). A única questão é que o ISN terá exigido mais nadadores-salvadores do que aqueles que existem disponíveis para as associações (dois elementos  por praia), mas esta é uma situação que “está a ser resolvida” afirma Luís Vitorino da Caparica Mar. Por seu lado, António Santos da Âncora, diz ter uma estrutura montada para socorrer tanto nas praias como na piscina do Golfe da Aroeira, que contratou a sua vigilância. Com os nadadores-salvadores organizados, as preocupações de António Neves, para além dos problemas que a CostaPolis deixou por resolver, volta-se para a economia local. “Receio que a crise financeira cause dificuldades ao comércio local”. A mesma preocupação tem João Carreira, presidente da Associação de Concessionários da Praia da Costa de Caparica e da Fonte da Telha, que também responsabiliza os responsáveis pela CostaPolis por terem deixado a obra a meio. “Os acessos ao areal estão danificados, os concessionários precisam de obras e temos um matagal a crescer entre o tabuado que foi colocado no acesso às praias”, diz João Carreira que aponta ainda a subida do IVA na restauração como uma “falta de visão económica do Governo”, para além dos aumentos na factura energética. Com tudo isto, antevê que “alguns concessionários não vão manter- se para além desta época balnear”. 
Humberto Lameiras

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