quinta-feira, 5 de julho de 2012

OEIRAS ‘Queremos ser guerreiros contra a crise’


Novo presidente da AITECOEIRAS, Eduardo Correia, antevê etapa mais ambiciosa

Colocar no ar uma espécie de “Ídolos” para seleccionar potenciais empreendedores e trazê-los para Oeiras, garantir grande proximidade com o AICEP Portugal Global e identificar as melhores empresas fora do concelho para eventual integração no conceito Oeiras Valley são as linhas mestras da estratégia de Eduardo Correia. Realizar uma espécie de “Ídolos” do empreendedorismo,
ou seja, um concurso televisivo que promova a identificação, em todo o país, de talentos na criação de novos negócios e os traga para Oeiras, é uma das apostas, provavelmente a mais mediática, com que a nova liderança da AITECOEIRAS – Associação para a Internacionalização, Tecnologias, Promoção e Desenvolvimento Empresarial de Oeiras, pretende dar um novo fôlego a esta entidade criada em 2008, na qual a Câmara Municipal é sócio fundador de referência. Cerca de um mês após iniciar funções como presidente da direcção, Eduardo Correia já tem uma ideia clara dos principais objectivos e desafios que tem pela frente e assume que esta é uma nova etapa na vida da AITECOEIRAS, “sem rupturas, mas com um estilo diferente, o que é natural, e uma interpretação própria da sua missão”. Aquele que foi o mentor do Movimento Mérito e Sociedade (MMS, constituído como partido em 2008) entende que o desejado concurso televisivo será “a forma mais rápida de promover, de uma forma massificada, ética, meritocrática e transparente, a entrada de novos projectos para criação de emprego e inovação” na região. “Há por este país fora muitos jovens empreendedores com capacidade ao nível do melhor do mundo, mas que, por falta de apoios, acabam por ver desperdiçado o seu talento… Oeiras tem todas as condições para ser o berço de um impulso decisivo neste domínio”, afirma, convicto, Eduardo Correia. Outra aposta programática será “acelerar” a operacionalização do protocolo efectuado, no início de 2010, com a AICEP Portugal Global (a agência nacional vocacionada para a globalização da economia portuguesa), “avançando para uma relação de grande proximidade que permita aproveitar a sua rede mundial de contactos (em cerca de 80 mercados) em benefício de um menu de empresas de Oeiras”. Ligada a esta vertente, mas num patamar diferente em dimensão e ambição, surge, ainda, a rede de localidades com as quais o município oeirense é geminado, nomeadamente em países de língua oficial portuguesa. Prosseguir o levantamento das melhores empresas existentes fora do concelho, com vista à sua eventual atracção para o município, completa o trio de pilares destacados ao JR por Eduardo Correia. Neste caso, o objectivo passa por “olhar para os concelhos vizinhos e para os distritos fora de Lisboa e identificar as melhores empresas com base em dois critérios: dimensão e talento/capacidade de inovação”. Depois, será preciso “tentar perceber quais, dentro desse grupo, são as que melhor se encaixam no aspecto central da identidade do concelho de Oeiras: a sua qualidade de vida, aquilo que distingue Oeiras dos outros concelhos”. No entanto, o novo presidente da direcção da AITECOEIRAS parte para esta empreitada consciente de que há muito para fazer. “Do ponto de vista operacional, arranca-se próximo do zero”, admite. De facto, o objectivo da internacionalização de negócios ainda só contemplou uma empresa oeirense desde que a AITECOEIRAS existe – a NWC. “Não há como pôr culpas porque não é fácil: Portugal não é país que no exterior seja reconhecido pela sua capacidade de fazer boas marcas e boas empresas; dele apenas se conhece, em geral, o fado e o futebol”, faz notar o nosso interlocutor, completando: “Os portugueses são bem vistos enquanto trabalhadores individuais, mas não enquanto gestores e geradores de marcas”. Por outro lado, os índices de notoriedade da associação não são os mais desejados, razão pela qual também está em curso uma mudança ao nível da sua imagem. Eduardo Correia desdramatiza e garante: “Esta nova etapa será muito mais operacional do que a anterior, o que é natural porque até aqui tratou-se de juntar as ferramentas necessárias para se poder avançar, agora, com mais aceleração e, porventura, com uma maior ambição”. A nova liderança da AITECOEIRAS terá "um estilo diferente”, nomeadamente na forma de lidar com a equipa de oito pessoas que dirige. “Estavam muito compartimentadas nas suas funções, hoje há maior discussão e partilha, assim como uma maior transparência entre todos”. Uma equipa que entre as palavras-chave que escolheu para caracterizar a sua acção incluiu o termo “Guerreiros”. Eduardo Correia explica o alcance da mesma: “Não sendo uma palavra central face às outras, de facto, faz sentido um espírito guerreiro porque estamos no meio de uma guerra económica contra uma crise relativamente à qual muitos de nós não somos responsáveis e em que só a força das nossas convicções e a confiança nas nossas capacidades podem assegurar que alcançamos um cais de melhor conforto”. E, a propósito de crise… “A AITECOEIRAS vive as mesmas dificuldades financeira do país”, admite o novo presidente, logo apontando o reverso positivo: “Nem outra coisa eu poderia aceitar, pois se não sentíssemos na pele a crise seríamos apenas seus comentadores e nós o que queremos é ser guerreiros contra a crise!” 
Jorge A. Ferreira

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