quinta-feira, 20 de setembro de 2012

CAPARICA Transpraia reúne apoios para renascer


Movimento de cidadãos defende viabilização do comboio turístico da Costa da Caparica

O ponto de partida do Transpraia “tem de voltar para a frente urbana da Costa da Caparica”. Esta é a vontade do movimento de cidadãos que no passado sábado se reuniu junto às oficinas deste comboio tradicional que há mais de meio século percorre a frente de praias entre a Costa da Caparica e a Fonte da Telha. “Temos de preservar o património local e o Transpraia faz parte da história da Costa e do concelho”, afirma Sandra Simões promotora deste movimento “apartidário”. Entretanto, o presidente da Junta de Freguesia da Costa da Caparica, que esteve presente neste acto público, afirmou ao Jornal da Região que ainda esta semana vai “pedir uma reunião com carácter de urgência à sociedade CostaPolis para debater o Transpraia”. Para António Neves existe solução para viabilizar este comboio turístico “desde que haja vontade da Câmara de Almada e do Governo – na pessoa da senhora ministra do Ambiente, Assunção Cristas”; ambas entidades accionistas do CostaPolis. Para o movimento “Vamos impedir que acabem com o TransPraia na Costa da Caparica”, foi “um erro deslocar o ponto de partida” deste comboio e o mesmo diz o seu proprietário, António Pinto da Silva. Mas após cerca de cinco anos a chamar a atenção das autoridades de que o Transpraia ia acabar por descarrilar na ruína, mostra-se “céptico”. No entanto, admite estar “sensibilizado” com o carinho que rodeia este comboio, mas alerta: “Não aceito que usem o Transpraia como aproveitamento político”. António Pinto da Silva não compreende a motivação que atirou o Transpraia para longe da vista dos turistas e interroga-se sobre o que impede que este possa ter ponto de partida junto à lota, ou mesmo em frente ao Hotel Costa da Caparica usando parte do espaço canal reservado para o Metro Sul do Tejo. Uma ideia coma qual o presidente da Junta de Freguesia pretende apresentar junto da Sociedade CostaPolis. “É essencial a coesão cívica e social para esta questão”, acrescenta António Neves. Aliás, o autarca lembra que a CostaPolis “tem cerca de 8 milhões de euros para investir até 2013, portanto, parte desta verba pode ajudar o Transpraia”. Ao mesmo tempo o proprietário deste comboio assume algum investimento, caso lhe seja restituída uma localização rentável. Curiosamente, enquanto por cá se parece esquecer o Transpraia, há quem venha de fora juntar-se ao movimento pelo património da Costa da Caparica. Conta António Pinto da Silva ter sido surpreendido por uma família portuguesa a viver em Inglaterra que veio dar o seu apoio em favor da continuação deste comboio. “Disseram-me que fazem parte de um grupo que defende os comboios tradicionais e vão divulgar a situação do Transpraia”. Quanto à petição a decorrer no Facebook já reuniu quase 1100 assinaturas, mas em papel Sandra Simões diz que já conta mais de cinco mil assinaturas, que serão entregues na Câmara de Almada e Ministério do Ambiente. Entretanto este movimento conta também com o apoio da Associação Gandaia, constituída para defender o património da Costa da Caparica, que para além de querer evitar o fim do Transpraia considera que este deve percorrer uma extensão de linha para além da frente de praias da Costa da Caparica. Lembre-se que antes do início das obras do Polis o Transpraia tinha o apeadeiro na zona de praia junto à Rua dos Pescadores, a artéria mais central da cidade da Costa da Caparica.
Agora está junto do Bairro do Campo da Bola, quase escondido atrás do pavilhão de um concessionário. 
Humberto Lameiras

Sem comentários: