quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Praias da Costa salvas de afogamentos


Reforço da vigilância tem sido fundamental para evitar mortes

Pelo segundo ano consecutivo as praias da Costa da Caparica não sofreram nenhuma morte por afogamento. O registo dos primeiros três meses da época, de 1 de Junho a 31 de Agosto, representa assim um balanço “bastante positivo” para esta zona, mas não deixa o comandante Nuno Leitão, do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN), descansado. É que a época balnear só termina a 30 de Setembro e “há zonas de praia” na frente atlântica de Almada que “são bastante perigosas”, afirma ao Jornal da Região. Por isso deixa mais uma vez o alerta de que “os banhistas têm de respeitar as regras mais elementares de segurança”. E relembra que esta zona balnear era onde ocorriam mais acidentes mortais. Com cerca de 250 mil pessoas diariamente nos 28 quilómetros de frente de praias, o trabalho dos nadadores-salvadores nos últimos dois anos está a ser coordenado dentro de um projecto que envolve três associações de nadadores-salvadores reconhecidas pelo ISN (Caparica-Mar, Costa do Sol e Âncora) e um protocolo de intercâmbio com a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, que tem 20 elementos nas praias nacionais sendo que 13 estão nas associações da Costa da Caparica. “Fizemos uma análise global dos salvamentos aquáticos coordenados pelo ISN e, para além de estabelecermos protocolos, foram disponibilizados mais meios pela autoridade marítima”, refere Nuno Leitão, que destaca ainda o trabalho feito pela equipa de cinco fuzileiros que vigiam a frente de praias da Costa da Caparica. “Operam como meio complementar” com duas viaturas de socorro a banhistas, três moto-quatro e
uma moto-de-água. No total estas praias são vigiadas por cerca de uma centena de nadadores-salvadores que, diariamente, são chamados a intervir a muitas acções de socorro quer de salvamento no mar, ou picada de peixe-aranha, ou indisposição física. Um dos casos que obrigou à intervenção dos nadadores-salvadores foi o contacto de várias pessoas com os tentáculos venenosos da hidromedusa caravela-portuguesa, que este ano passou pela costa de Almada. Uma situação considerada anormal nas águas da Margem Sul. Duas mortes nas praias de Lisboa No entanto nos três primeiros meses da época balnear morreram por afogamento nas praias do país nove pessoas, seis de nacionalidade portuguesa, duas inglesa e uma alemã. Cinco das mortes ocorreram em praias marítimas não vigiadas e outras duas em praias fluviais não vigiadas. Duas das situações foram na área de Lisboa; praia de Santo Amaro, Oeiras, no dia 10 de Junho, em que morreu um jovem de 17 anos e a 26 de Agosto morreu outro jovem de 21 anos na Praia Grande, Sintra. De acordo com o comandante Nuno Leitão, as mortes registadas em praias marítimas vigiadas aconteceram por incumprimento das regras de segurança. O responsável do ISN falava aos jornalistas à margem da cerimónia do balanço dos primeiros três meses da época balnear, que decorreu em Tavira, com a presença do ministro da Defesa, José Pedro Aguiar Branco. No ano passado não se registaram mortes em praias vigiadas, mas morreram seis pessoas em praias marítimas não vigiadas e uma numa praia fluvial não vigiada. Contudo, Nuno Leitão sublinhou que Portugal é dos países com menor taxa de mortalidade verificada nas praias, que classifica como “seguríssimas”.  
Humberto Lameiras, com Lusa

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